2 de nov. de 2016

Teste da Chevrolet Spin Activ 2017

Teste da Chevrolet Spin Activ 2017

A ideia de quebrar a imagem de um carro exclusivamente familiar e dar alguma emoção ao modelo se encaixa perfeitamente para definir a Chevrolet Spin Activ. O sucesso dos utilitários esportivos no mercado nacional faz com que as fabricantes aproveitassem automóveis de outras categorias para ganharem suas versões com estética fora de estrada. Não foi diferente com a Spin. Com média mensal de 1.835 unidades vendidas por mês em 2016, a variante Activ representa 20% dos emplacamentos da minivan. Na linha 2017, seu motor sofreu aperfeiçoamento e ganhou um pouco mais de potência e torque.

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A Spin Activ ocupa o topo da gama da minivan lançada em 2013. A versão aventureira caracteriza-se principalmente pelos elementos decorativos na carroceria e pelos detalhes exclusivos da versão no interior. Na frente, o para-choque possui vincos pronunciados nas extremidades e aplique na parte inferior em tom fosco escuro. Faróis de neblina têm molduras em preto brilhante e os faróis ganham máscara negra e lentes transparentes. O perfil chama atenção pelas rodas de liga leve diamantadas de 16 polegadas, molduras de proteção nos para-lamas, soleira das portas e um largo decalque e barra longitudinal que se estendem sobre todo o teto. Na traseira, o destaque fica por conta do estepe fixado na tampa do porta-malas.  Por dentro, os bancos possuem desenho exclusivo, com estampa nas cores branca, cinza e preta e costuras aparentes. Uma moldura prateada no centro do painel envolve o sistema multimídia MyLink com tela de sete polegadas, de série na Activ. Além dele, itens como ar-condicionado, direção hidráulica, retrovisores e vidros elétricos e sensores de estacionamento traseiros saem de fábrica. A principal novidade do interior fica para o OnStar que passa a ser de série, sistema que é capaz de disponibilizar diversos serviços, como um pedido de socorro em caso de acidentes ou simplesmente a previsão do tempo do dia. 

As poucas alterações da linha 2017 se concentram mesmo na parte mecânica. A principal delas, no motor 1.8, que passa a carregar o sobrenome SPE/4 e não mais EconoFlex. Houve redução de massa nos pistões e bielas, anéis de pistão de baixo atrito, novo coletor de admissão, módulo de gerenciamento do motor com maior capacidade de processamento e bobinas de ignição independentes para cada cilindro. Para fechar o pacote de mudanças, a taxa de compressão foi aumentada de 10,5:1 para 12,3:1. Essas mudanças fizeram com que a potência com etanol subisse dos 108 cv a 5.400 rpm para 111 cv a 5.200 rpm, enquanto o torque máximo passou de 17,1 kgfm para 17,7 kgfm, aos 2.600 rpm contra os 3.200 rpm anteriores. Com gasolina a potência segue com os 106 cv a 5.200 rpm, enquanto o torque subiu de 16,4 kgfm para 16,8 kgfm a 2.800 rpm. O conjunto de suspensão e os freios também foram alterados. Molas e amortecedores têm carga menor e a barra estabilizadora dianteira foi revista, na intenção de fazer o carro oscilar menos. Os freios a disco dianteiros também ficaram mais aerodinâmicos e com peso menor. A Spin agora é equipada com grade dianteira ativa. Ela abre ou fecha a entrada de ar do radiador em função da temperatura, velocidade e uso do ar condicionado. Assim, a Spin tem aerodinâmica 11% melhor. Por trás disso está o novo sistema de arrefecimento, mais eficiente e que trabalha em conjunto com o eletroventilador com velocidade continuamente variável. Já a direção deixa de ser hidráulica e passa a ser elétrica. O câmbio automático de seis marchas também foi atualizado para proporcionar trocas mais rápidas e suaves.  Com preço de R$ 71.690 quando pintada com cor metálica, a Spin aventureira só está disponibilizada na versão de cinco lugares e equipada com câmbio automático de seis marchas. Seu principal concorrente é o Citroën Aircross, que, quando tão equipado quanto – com exceção do GPS, ar condicionado digital e bancos parcialmente em couro, que são de série no francês –, custa R$ 76.380. Para quem quer um veículo com farto espaço interno e com aparência “off road”, a Spin Activ merece um olhar mais atento.

Ponto a ponto

Desempenho – As mudanças no motor fizeram com que a potência ficasse na casa dos 106/111 cv com gasolina/etanol no tanque e 1.275 kg. A redução do peso total – foram 33 kg a menos – e o aumento da potência contribuíram para melhorar um pouco o desenvolvimento da minivan. Não oferece arroubos em termos de aceleração – é apenas justo, como deve ser um carro com foco familiar. O câmbio automático de seis velocidades está mais suave e as trocas ficaram mais ‘inteligentes’ com maior eficiência. Em retomadas a minivan aventureira sofre um pouco, o motor passa a sensação de se esgoelar. Nota 7. Estabilidade – As alterações na suspensão ajudam na sensação de controle do automóvel. A altura elevada da carroceria e o comportamento mais macio do conjunto, foco no conforto, prejudicam seu comportamento em curvas mais rápidas, mas não chega a transmitir insegurança ao motorista. Nota 7.

Interatividade – Os comandos principais do carro estão em lugares fáceis e têm uso bem intuitivo. A posição de dirigir – mais elevada – facilita a visibilidade dianteira e o grande vidro traseiro garante boa visão traseira. A maior dificuldade é o porta-malas. Para isso, é necessário o uso das duas mãos e certa familiaridade para lidar bem com a trava do estepe, que fica preso na tampa. Nota 7. Consumo – A Spin Activ passou pelo teste do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, do Inmetro. Com médias de 6,9 km/l e 8,4 km/l no ciclo urbano e de estrada com etanol e de 10,1 km/l e 12 km/l com gasolina, seu índice de consumo energético foi de 2,01 MJ/km. Em comparação com sua categoria, de veículos médios, obteve no ‘E’. Já em comparação geral, conseguiu um ‘C’. Nota 4.

Conforto – Há bom espaço para os passageiros dianteiros e até três pessoas viajam com conforto no assento traseiro. A suspensão é macia e absorve bem os impactos das irregularidades do asfalto. A direção elétrica também torna a manobrabilidade do modelo mais confortável. Nota 8. Tecnologia – Lançada em 2010 a plataforma da Spin continua bem acertada. A transmissão automática de seis velocidades GF6 chegou a sua terceira geração e proporciona trocas mais suaves e rápidas, melhorando o desempenho e até o consumo de combustível. O sistema multimídia MyLink não evoluiu conforme o restante do line-up da marca e já começa a ficar ultrapassado. Nota 7.

Habitabilidade – O teto alto e o bom ângulo de abertura das portas facilitam bastante o acesso. O porta-malas leva invejáveis 710 litros, mas o espaço livre pode chegar a 1.668 litros com os bancos rebaixados. Nota 9. Acabamento – A Spin tem encaixes bem feitos e os materiais são aparentemente de boa qualidade. O excesso de plásticos rígidos, no entanto, impressiona negativamente, ainda mais pelo custo do automóvel, que parte da casa dos R$ 70 mil. Poderia ser um pouco mais caprichado. Nota 6.
Design – A versão Activ melhora a aparência habitual da Spin, mas já está um tanto datada, assim como o modelo original. As rodas de liga leve diamantadas de 16 polegadas, molduras de proteção nos para-lamas, soleira das portas, rack de teto e estepe fixado na tampa do porta-malas dão um visual “off-road” ao modelo e o diferenciam no trânsito. Em termos estéticos, a ideia de colocar o estepe pendurado na parte de trás para ressaltar o aspecto aventureiro pode até gerar controvérsias. Mas, de fato, faz o efeito desejado no aspecto aspiracional do modelo. Nota 6. Custo/benefício – A Chevrolet cobra iniciais R$ 70.390 pela Spin Activ, mas a cor metálica da versão testada adiciona R$ 1.300 à conta. No total, a unidade avaliada custa R$ 71.690. Um Citroën Aircross 1.6 Auto Shine com sistema de multimídia com navegador GPS, bancos parcialmente em couro e ar condicionado digital sai por R$ 76.380. A Volkswagen pede R$ 89.979 pelo Space Cross com sistema de som com GPS, mas sem estepe pendurado na traseira. Para quem precisa de espaço farto e porta-malas, a Spin é a melhor opção, disparada. Nota 8. Total – A Chevrolet Spin Activ automática somou 69 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

Alma urbana

Apesar do visual despojado de fora de estrada, a Chevrolet Spin Activ é um veículo com foco na utilização urbana. O motor 1.8 litro de 111 cv com etanol no tanque move com eficiência a minivan. Não há sobras, mas o toque máximo de 17,7 kgfm já presente integralmente a 2.600 rpm contribui para as retomadas e ultrapassagens, apesar do motor parecer que está chegando ao seu limite e se esforçando para tal tarefa. O casamento com a transmissão automática de seis velocidades de terceira geração ficou mais suave e para utilizar toda a força do conjunto, basta o pé direito pressionar o pedal do acelerador até o fim para começa a ganhar velocidade. A insistência da Chevrolet em oferecer a troca de marchas no modo manual através do botão na alavanca desestimula a utilização.
O amplo espaço interno possibilita que cinco ocupantes viajem sem apertos, apesar de o assento do meio não contar com cinto de três pontos. O enorme porta-malas de 710 litros surpreende positivamente e foge do comum. A suspensão absorve com eficiência os desníveis das ruas brasileiras. O isolamento acústico merecia um pouco mais de cuidado, para ajudar com o barulho resultante do atrito com o vento, assim como do motor. Ao se exigir um pouco mais do propulsor, o barulho invade a cabine sem cerimônias. O sistema de entretenimento MyLink, que era um dos trunfos do modelo, ainda é o de primeira geração e não acompanhou o restante do line-up da marca, que recebeu a central multimídia atualizada em seus novos modelos. Seu principal concorrente já traz o item integrado a um GPS, o que pode fazer a diferença.
As rolagens de carroceria são sutis e não causam sensação de insegurança. Mesmo em velocidade elevada, a Spin Activ reage bem aos comandos do condutor. Em curvas mais acentuadas, porém, convém não abusar, já que os pneus começam a perder aderência. A visibilidade é excelente em todos os ângulos, apesar da inserção do estepe na traseira. Problema mesmo é abrir o porta-malas. É necessária uma intimidade com o sistema de trava do estepe, além de mais espaço livre para acessar o espaço. 

Ficha técnica

Chevrolet Spin Activ Automática

Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.796 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção multiponto.
Transmissão: Câmbio automático de seis velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não possui controle de tração.
Potência máxima: 111/106 cv a 5.200 rpm com etanol/gasolina.
Torque máximo: 17,7 a 2.600 rpm com etanol e 16,8 kgfm a 2.800 rpm com gasolina.
Diâmetro e curso: 80,5 mm X 88,2 mm.
Taxa de compressão: 12,3:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora e amortecedores pressurizados. Traseira semi-independente por eixo de torção, barra estabilizadora e amortecedores pressurizados.
Pneus: 205/60 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. ABS de série.
Carroceria: Monovolume em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,42 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,69 m de altura e 2,62 m de distância entre-eixos. Airbag duplo frontal de série.
Peso: 1.275 kg 
Capacidade do porta-malas: 710 litros.
Tanque de combustível: 53 litros.
Produção: São Caetano do Sul, São Paulo. 
Lançamento no Brasil: 2012.
Lançamento da versão: 2014.
Itens de série: Ar-condicionado, direção elétrica, vidros e travas elétricas, ajuste de altura do banco do motorista, rodas de 16 polegadas, controle de velocidade, rack de teto, faróis de milha, sensor de estacionamento traseiro, computador de bordo e sistema de entretenimento MyLink com Bluetooth e USB. 
Preço: R$ 70.390. 
Opcional: Cor metálica. 
Preço completo: R$ 71.690.

autor: Fabio Perrotta Junior (Auto Press)
Fotos: Isabel Almeida/CZN

Aventuras em família - Com seus ares de SUV, minivan Chevrolet Spin Activ fica ligeiramente mais potente na linha 2017

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 02 Nov 2016 13:30:00

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