8 de set. de 2016

Teste do Renault Sandero RipCurl

Teste do Renault Sandero RipCurl

Ao lançar uma série especial, toda marca visa aumentar a visibilidade e, por consequência, as vendas do modelo em questão. No Renault Sandero Rip Curl, a história não é diferente. Para despertar o espírito jovem em parte de sua clientela, a fabricante francesa relançou a versão Rip Curl, assim como fez na geração anterior do modelo. Concebido em parceria com a marca Rip Curl, uma das maiores fabricantes de produtos surfware do mundo, trata-se de versão diferenciada e limitada da Stepway, com diferenças estritamente estéticas. Veja também:
  • Primeiras impressões do Renault Sandero RS
  • Teste do Renault Sandero Expression 1.0
Por fora, o hatch ganhou retrovisores, rodas e rack de teto na cor cinza grafite e adesivos em alusão à marca de moda surfe com o nome Rip Curl nas portas e nas soleiras. No interior, o Sandero recebeu revestimento diferenciado com inspiração no tecido neoprene, utilizado em roupas de surfe, com detalhes vermelhos e logo da marca nos encostos. A cor aparece ainda nas saídas de ar e no velocímetro. Os únicos opcionais diferentes entre a edição limitada e a versão tradicional do Stepway são a barra de teto transversal e o conjunto de rodas de liga leve. De série, o modelo traz ar condicionado automático, controle de cruzeiro, sensor de ré, direção hidráulica e trio elétrico. A central multimídia com tela sensível ao toque de sete polegadas e GPS também vêm de fábrica.

No conjunto mecânico, não há alterações. O modelo vem equipado com o tradicional motor 1.6 8 V de 106 cv a 5.250 rpm e 15,5 kgfm a 2.850 giros. O câmbio pode ser manual ou o automatizado, ambos de cinco marchas. Para a carroceria, a Renault selecionou apenas as cores Branco, Preto, Prata e Vermelho.

Com 30% de representatividade nas vendas, a versão Stepway, na qual o Sandero Rip Curl se baseia, comercializou 11.631 unidades no acumulado do ano. Com preço sugerido de R$ 58.220 na versão com câmbio manual e R$ 61.570 na versão com câmbio automatizado de 5 marchas, a variante com foco no público surfista custa apenas R$ 850 a mais do que a versão em que se baseia e tem produção limitada a 4.600 unidades.

Ponto a ponto

Desempenho – Os 106 cv que o motor 1.6 8V Hi-Power fornece são capazes de tirar o Sandero Rip Curl da inércia sem muito esforço. O torque máximo de 15,5 kgfm, disponível antes dos 3 mil giros melhora sensivelmente as saídas de sinal ou no fluxo de trânsito urbano. Em trechos rodoviários, os limites ficam mais evidentes. A união do motor com o câmbio manual de cinco marchas é boa, mas os engates não são precisos. Nota 6. Estabilidade – Apesar de ter a suspensão elevada, o Sandero Rip Curl tem bom controle. É surpreendentemente “no chão” e a carroceria rola pouco nas curvas mais fechadas. Porém, fica claro que o hatch não é um carro para uma “tocada” mais esportiva, visto que atinge rapidamente seu limite. Sem pneus de uso misto, o modelo patina facilmente quando o off-road é mais pesado. Nota 7.

Interatividade – Os poucos botões e o sistema multimídia de uso intuito facilitam a convivência. Os detalhes vermelhos presentes em partes do habitáculo são agradáveis. O painel de instrumentos é simples e legível, apesar dos números um tanto colados. O que incomoda é posicionamento no painel central dos comandos do piloto automático e dos vidros elétricos traseiros, além da alavanca satélite localizada atrás do volante para controlar as músicas, rádio e áudio do Media Nav. Nota 7. Consumo – O Renault Sandero Rip Curl está representado no Programa de Etiquetagem Veicular do InMetro pela versão Stepway. Segundo o órgão, o hatch aventureiro faz 7,4 km/l na cidade e 8,0 km/l na estrada com etanol no tanque. Com gasolina, os números sobem para 10,4 km/l em trecho urbano e 11,5 km/l em trajeto de estrada. As médias resultam em classificação “A” no segmento e “C” no geral, com um consumo energético de 1,99 mJ/km. Nota 8.

Conforto – O espaço interno é um dos trunfos do Sandero. O conjunto suspensivo aguenta bem o dia a dia da buraqueira das ruas. Os bancos sustentam o corpo de forma eficaz, mas poderiam ter melhor densidade e apoios laterais maiores. Nota 7. Tecnologia – O Sandero Rip Curl mantém a estrutura base da versão Stepway. Em relação aos equipamentos, a estrela principal é a central multimídia Media Nav com GPS integrado. A câmara de ré com sensor de estacionamento também ajuda em manobras. Faltam itens de segurança, como controle de estabilidade e airbags laterais ou de cortina, além de recursos para a prática de pequenas aventuras no fora de estrada. A chave não é do tipo canivete. Nota 6.

Habitabilidade – Os 4 cm a mais na altura em relação ao solo não prejudicam o movimento de entrar e sair do Sandero Rip Curl. Três ocupantes traseiros se acertam sem grandes dificuldades. Os espaços oferecidos para objetos pessoais também agradam. O porta-malas de 320 litros é considerado grande para o segmento. Nota 8. Acabamento – O Sandero Rip Curl difere justamente nesse quesito. O modelo tem um contorno vermelho no mostrador do velocímetro e nas saídas de ar, assim como nos logos e costura dos bancos. O tecido que reveste os bancos é diferente do habitualmente encontrado em veículos e é agradável ao toque. De resto, estão lá os mesmos plásticos que não transmitem muita qualidade. No entanto, os encaixes são justos. O painel tem desenho mais agradável, a moldura do sistema Media Nav traz acabamentos em preto brilhante. Nota 7.
Design – A receita para um carro aventureiro é instalar apliques plásticos nos para-choques e nas caixas de roda, barras longitudinais no teto e, se possível, um estepe pendurado na traseira. Tirando o último item, Sandero Rip Curl se encaixa perfeitamente nisso. O desenho é harmônico e deixam o hatch com visual bastante robusto. Nota 8. Custo/benefício – A versão Rip Curl começa em R$ 58.220 e vai até os R$ 61.570 quando equipada com a transmissão automatizada. O Volkswagen Cross Fox com câmbio manual de seis marchas e motor 1.6 de 120 cv parte da casa dos R$ 69 mil. A Fiat pede iniciais R$ 66.590 pelo Idea Adventure 1.8. O Hyundai HB20X Style 1.6 é o que tem preço mais próximo, mas supera a barreira dos R$ 59 mil em sua versão de entrada. Nota 8. Total – O Renault Sandero Rip Curl somou 72 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

O Sandero Rip Curl causa boa impressão. Os detalhes em vermelho nos bancos, painel de instrumento e saídas de ar diferenciam a versão do restante da gama. O tecido dos bancos é agradável ao toque. A central multimídia de 7 polegadas traz GPS integrado, Bluetooth, câmara de ré e até um assistente que pontua a eficiência do condutor na direção. O sistema multimídia é fácil e intuitivo de manusear devido aos poucos botões físicos necessários para o manuseio.
Dinamicamente, a robusta suspensão garante segurança. O modelo até surpreende com um comportamento em curvas bastante firme, levando em consideração a altura da suspensão. O conjunto aguenta buracos e lombadas sem transmitir os solavancos aos passageiros. A direção é direta e só peca em manobras, onde se mostra excessivamente pesada.
A relação da transmissão com o motor é amistosa. O câmbio é bem escalonado e consegue explorar com eficiência os máximos 106 cv e 15,5 kgfm de torque do propulsor. As trocas de marcha são suaves. O maior problema são os engates, não tão precisos. A embreagem tem peso e curso correto, proporcionando uma condução agradável. Em uma necessidade de força extra, uma pressão a mais no acelerador resulta em altos giros, pouco ganho de velocidade. O isolamento acústico não é exemplar e em situações que o motor gire até seu limite de corte, um elevado ruído invade o habitáculo.

Ficha técnica

Renault Sandero Rip Curl

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 98 cv com gasolina e 106 cv com etanol a 5.250 rpm.
Torque máximo: 14,5 kgfm com gasolina e 15,5 kgfm com etanol a 2.850 rpm
Diâmetro e curso: 79,5 mm x 80,5 mm.
Taxa de compressão: 12,0:1.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson, com triângulos inferiores, amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira por barra de torção com rodas semi-independentes, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos verticais e barra estabilizadora. Não oferece controle de estabilidade.
Pneus: 205/55 R16.
Freios: Discos sólidos na frente e a tambor na traseira, com ABS de série.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,06 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,56 m de altura e 2,59 m de distância entre-eixos. Oferece somente airbags frontais.
Peso: 1.127 kg, em ordem de marcha.
Capacidade do porta-malas: 320 litros.
Tanque de combustível: 50 litros.
Produção: São José dos Pinhais, Paraná.
Itens de série: Ar-condicionado, direção hidráulica, banco do motorista com regulagem de altura, sistema Media Nav 1.2 com tela “touch” de sete polegas, funções Eco-Coaching e Eco-Scoring e GPS integrado, ar-condicionado automático, sensor de estacionamento, comando de abertura das portas por radiofrequência, travas elétricas, vidros elétricos, computador de bordo com seis funções, iluminação do porta-malas e do porta-luvas, para-sol do motorista com espelho, travamento automático das portas a 6 km/h, retrovisores elétricos com setas integradas, controle de cruzeiro, rodas de liga leve aro 16 e faróis de neblina.
Preço: R$ 58.220.

Autor: Fabio Perrotta Junior (Auto Press)
Fotos: Isabel Almeida/Carta Z Notícias

Moda praia - Versão Rip Curl traz pequenas alteraçães visuais para dar uma cara mais jovem ao Sandero Stepway

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 08 Sep 2016 10:30:00

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