27 de jan. de 2016

Teste do Renault Sandero Expression 1.0

Teste do Renault Sandero Expression 1.0

A Renault queria se destacar no cenário brasileiro. Para isso, apostou em modelos de volume e que pudessem atrair a confiança do consumidor e “nacionalizar” a imagem da marca. Nesse processo, foi fundamental a chegada do Sandero, em 2007. Agora, na segunda geração, o modelo fechou 2015 como o nono carro mais vendido do país, com média mensal de 6.515 unidades emplacadas entre janeiro e dezembro. E destas, nada menos que 48% são da configuração Expression, que tem sua melhor relação custo/benefício com a motorização 1.0. Ela leva os mesmos itens de fábrica da com motor 1.6 e, apesar da redução do desempenho, entrega boa economia de combustível. Veja também:
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Um dos principais trunfos do carro é o tamanho. Mesmo sendo montado sobre uma plataforma compacta, o Sandero tem medidas generosas. São 4,06 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,53 m de altura e bons 2,59 m de entre-eixos, o que resulta em espaço interno próximo até ao de um hatch médio. Isso se reflete ainda no porta-malas, que carrega bons 320 litros.

O motor 1.0 rende 77 cv com gasolina e 80 cv com etanol, sempre aos 5.750 giros. Já o torque é de 10,2 kgfm e 10,5 kgfm com os mesmos combustíveis e aparece plenamente a 4.250 rpm. O câmbio é sempre manual de cinco marchas e a lista de itens de série é igual a da configuração de entrada com propulsor 1.6. Inclui o mínimo para garantir conforto no habitáculo, como ar, direção hidráulica e travas e vidros dianteiros elétricos, mas é possível incrementar com opcionais que incluem central multimídia com GPS e tela “touch” de sete polegadas, além de sensores de estacionamento traseiros. O preço é de R$ 42.200 ou, completo, de R$ 43.300.  Não chega a ser o mais em conta da categoria, mas o carrinho consegue justificar o preço. De todo o mix do modelo, a Expression 1.0 é responsável por 23% das vendas do modelo. Nada mau, tratando-se da sexta marca brasileira no ano passado, com 7,3% de participação. E, considerando apenas os números de dezembro, a Renault fechou em quinto lugar, com 8,2%. Na disputa entre as principais fabricantes que atuam no país, passou à frente da Ford. Não há dúvidas de que o Sandero é um dos trunfos para seguir nesse crescimento.

Ponto a ponto

Desempenho – O motor 1.0 litro de 80 cv com etanol movimenta com coerência o Sandero. O modelo até é relativamente leve – são 1.013 kg –, mas numa viagem com quatro passageiros a bordo, arrancadas, ultrapassagens e retomadas são feitas com uma aparente falta de força. A proposta está longe da esportividade, mas há propulsores do mesmo tamanho, mais modernos, que se saem bem melhor. Nota 6. Estabilidade – O Sandero é um carro firme. Em alta velocidade e trajeto de curvas mais fechadas, a aderência do modelo ao solo é nítida, com rolagens de carroceria em nível aceitável. A direção, assim como em quase todos os carros da Renault, é precisa e não demanda correções para se manter na linha determinada pelo motorista. Nota 8. Interatividade – A versão Expression é a mais cara na motorização 1.0, mas isso não se traduz em fartas tecnologias. Há poucos comandos para serem acessados pelo motorista e todos se encontram em locais fáceis e visíveis. O volante não é multifuncional, mas há um comando na parte de trás da peça para operar o rádio e o volume do som. O sistema opcional de entretenimento tem GPS e tela sensível ao toque de sete polegadas. No mesmo pacote, há sensor de estacionamento traseiro. Nota 8.

Consumo – O Renault Sandero Expression 1.0 foi avaliado pelo Programa de Etiquetagem do InMetro. Ele conquistou médias de 8,1/9,2 km/ na cidade/estrada com etanol e 11,9/13,4 km/l nas mesmas condições, com gasolina no tanque. Ganhou nota A na comparação na categoria e B na geral, com 1,73 MJ/km de consumo energético. Nota 8. Conforto – O principal trunfo do Renault Sandero no segmento de hatches compactos é seu espaço interno. Com seus 2,59 metros de entre-eixos, garante um habitáculo pouco menor que o de um modelo médio. A suspensão é robusta e calibrada relativamente bem para as ruas do Brasil. Os bancos dianteiros têm apoios laterais que não chegam a “encaixar” o corpo, mas seguram a movimentação nas curvas. Nota 8. Tecnologia – A plataforma não é nova, mas passou por uma atualização. Já o motor 1.0 8V é o mesmo que equipava a geração anterior. A lista de equipamentos da versão Expression é simples, com ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros dianteiros elétricos – atrás, é na manivela mesmo – e som com CD e Bluetooth. Nem um simples apoio de cabeça para o passageiro central traseiro aparece. Mas há a opção de central multimídia com tela sensível ao toque de sete polegadas e GPS. Nota 7.

Habitabilidade – É fácil entrar e sair do carro em qualquer versão, já que são sempre quatro portas. Há bons espaços para guardar latas, garrafas, carteira e celular. O porta-malas abriga bons 320 litros, uma capacidade até acima da média do segmento. Nota 9. Acabamento – São muitos plásticos rígidos espalhados por toda parte. Os materiais, apesar dos encaixes bem feitos e de qualidade aparentemente boa, não trazem qualquer charme ou suavidade. Há alguns cromados – como nas saídas laterais do ar – e revestimentos em preto brilhante, como o que envolve o sistema multimídia opcional. Mas está bem longe de ser um diferencial no Sandero. Nota 6. Design – A nova geração aproximou o Sandero do sedã Logan, tornando visível sua função de hatch do três volumes. A reformulação trouxe modernidade ao design, com linhas fluidas e equilibradas. Chamam atenção os novos conjuntos óticos e a grade dianteira, que leva um generoso símbolo da marca no centro e um friso prateado. Mas o perfil perde bastante com a falta de rodas de liga-leve. As calotas são um tanto sem glamour. Nota 7.

Custo/benefício – O Sandero se destaca nesse aspecto. A versão Expression 1.0 parte de R$ 42.200, mas com central multimídia e sensor de estacionamento traseiro, chega a R$ 43.300. Um Ford Ka SE Plus 1.0 sai a R$ R$43.990 equipado à altura, enquanto um Nissan March SV 1.0 custa R$ 43.390, mas sem central multimídia e com rodas de liga leve. O Hyundai HB20 Comfort Plus é vendido por R$ 42.595 e um Fiat Uno Attractive vai a R$ 42.053, mas sem central multimídia. Estão todos no bolo. Nota 7. Total – O Renault Sandero Expression 1.0 somou 74 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

A principal vantagem do Renault Sandero em relação à concorrência é, sem dúvida, suas dimensões avantajadas. O espaço interno é bem amplo com seus 2,59 metros de entre-eixos e há boa capacidade no porta-malas, de 320 litros. Fora isso, a posição mais alta de dirigir é confortável e a visibilidade também é boa, tanto à frente quanto atrás.
Em movimento, o motor 1.0 de 80 cv deixa um pouco a desejar. Principalmente quando o carro leva muitos passageiros. Não há sobras em nenhum momento e, diante de subidas ou mesmo alguns trechos planos em que uma agilidade maior seja necessária para retomadas ou ultrapassagens, falta vigor. É claro que não se pode esperar tanto de um propulsor deste tamanho, mas algumas fabricantes já trabalham com trens de força mais modernos e bem mais eficientes. Caso, por exemplo, do três cilindros da Volkswagen, utilizado no Up e no Fox. A transmissão manual de cinco velocidades tem um escalonamento que explora bem o motor. O pedal da embreagem um pouco alto e os engates próximos podem dificultar a vida dos condutores num primeiro momento. Mas basta um pouco de convivência com o carro para se adaptar a esses detalhes. Há um aviso no quadro de instrumentos sobre a hora certa de mudar a marcha, tanto para cima quanto para baixo. É uma boa ajuda para manter o consumo mais moderado. Além disso, a central multimídia opcional propõe uma espécie de jogo com o motorista, em que ele recebe ou perde pontos de acordo com seu comportamento na direção em relação à emissão de poluentes. Não diverte, mas instrui sobre uma direção mais consciente no que diz respeito à queima de combustível.

Ficha técnica

Renault Sandero Expression 1.0

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 999 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 77 cv com gasolina e 80 cv com etanol a 5.750 rpm .
Torque máximo: 10,2 kgfm com gasolina e 10,5 kgfm com etanol a 4.250 rpm.
Diâmetro e curso: 69 mm x 66,8 mm.
Taxa de compressão: 12,0:1.
Suspensão: Tipo MacPherson, com triângulos inferiores, amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais. Traseira semi-independentes, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais com barra estabilizadora. Não oferece controle de estabilidade.
Pneus: 185/65 R15.
Freios: A disco na frente e tambores atrás. ABS de série.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,06 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,53 m de altura e 2,59 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais.
Peso: 1.013 kg.
Capacidade do porta-malas: 320 litros.
Tanque de combustível: 50 litros.
Produção: São José dos Pinhais, Paraná.
Itens de série: Ar-condicionado, direção hidráulica, retrovisores com regulagem interna, volante com regulagem de altura, abertura interna do tanque de combustível e do porta-malas, airbags frontais, brake-light, desembaçador traseiro, freios ABS com EBD, rádio/CD Player com MP3 e Bluetooth, banco do motorista com regulagem de altura, comando de abertura das portas por radiofrequência, travas elétricas, vidros dianteiros elétricos, computador de bordo e alarme perimétrico.
Preço: R$ 42.200.
Opcionais: Central multimídia e sensor de estacionamento.
Preço: 43.300.

Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

Acerto de contas - Versão Expression responde por quase metade da linha Sandero e ganha em custo/benefício com motor 1.0

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 27 Jan 2016 12:40:00

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