3 de jun. de 2015

Teste do Fiat Bravo Blackmotion

Teste do Fiat Bravo Blackmotion

Versões especiais no segmento automotivo podem chegar com diversas funções. Algumas visam criar uma imagem para determinado modelo. Outras, diminuir grandes estoques com pacotes mais rentáveis. Na Fiat, a versão Blackmotion já tinha sido inserida na gama do Punto e, depois de ser lançada como edição especial do Bravo, ganhou espaço fixo no catálogo na linha 2016 do hatch médio. Responsável por 15% das vendas do hatch médio, a configuração tem cara de T-Jet, mas sem o motor turbinado da versão mais cara do carro.

Veja também:
  • Teste do Fiat Bravo T-Jet 2016
As mudanças visuais da versão T-Jet para a Blackmotion são sutis. Exceto pelas rodas com design diferenciado, faixas decorativas com o nome da configuração e um ou outro detalhe – como retrovisores em preto, independentemente da cor do modelo –, trata-se da mesma estética que tenta mesclar pitadas discretas de esportividade com uma elegância típica do segmento de médios. Faróis escurecidos, minissaias laterais e ponteiras duplas de escapamento cromadas acentuam esse conceito. Sendo que há menos opções de cores: o único tom sólido é o branco, enquanto as cores metálicas disponíveis são preto, cinza e prata. A lista de equipamentos e itens de conforto do Bravo Blackmotion é bem farta. Tem sistema de entretenimento com comandos por voz, tela touchscreen, Bluetooth e USB. E que pode ser opcionalmente alterado para uma versão com navegação GPS. O ar-condicionado é em duas zonas e a direção elétrica conta com dois níveis: um para a cidade, extremamente leve, e outro indicado para velocidade de cruzeiro, firme. Mas, apesar de a ideia de esportividade estar explícita, a versão Blackmotion não oferece controle eletrônico de estabilidade e tração. Para a segurança, há mesmo os airbags frontais e freios ABS exigidos pela lei e, pagas à parte, mais cinco bolsas de proteção.

Sob o capô, fica o motor 1.8 litro de 132/130 cv com etanol/gasolina. Ele pode ser acompanhado pelo câmbio mecânico de cinco marchas de série ou pela opcional transmissão automatizada, também com cinco velocidades. O torque máximo de 18,9/18,4 kgfm com etanol/gasolina aparece a 4.500 rpm e a velocidade máxima é de 193 km/h. De acordo com a Fiat, seu zero a 100 km/h é realizado em 9,9 segundos e o conjunto suspensivo da versão Blackmotion, assim como o da Sporting e da T-Jet, recebe um acerto mais firme. Pelo menos por enquanto, a reestilização do Bravo em sua linha 2016 serviu para não afetar o modelo diante da queda expressiva do mercado automotivo, que já passa de 20%. Em 2014, a média foi de 370 unidades mensais. Com o lançamento do face-lift, em fevereiro, os três primeiros meses de vendas cheias do modelo registraram 993 emplacamentos totais, ou seja, cerca de 331 em cada um. Uma retração de cerca de 10%, Metade da sofrida pelo mercado.

Ponto a ponto

Desempenho – O motor 1.8 16V empurra com eficiência o Bravo Blackmotion. Saídas de sinal, retomadas e ultrapassagens são realizadas com destreza pelo modelo. Mas as trocas manuais, realizadas por aletas atrás do volante, empolgam mais que o câmbio automatizado. Nota 7. Estabilidade – O Bravo é um hatch que segura bem nas curvas, com rolagens da carroceria controladas. A suspensão tem um acerto um pouco mais firme e a direção elétrica ganha peso em alta velocidade, o que amplia a sensação de segurança. Nota 8. Interatividade – Os comandos são de uso intuitivo, o ar-condicionado é de duas zonas e a versão já sai de fábrica com GPS. A maior dificuldade entre motorista e automóvel aparece mesmo ao lidar com a transmissão automatizada, que emite no painel a antipática mensagem “manobra não consentida” quando, por exemplo, não se carrega com a devida força o pedal do freio. A direção elétrica tem dois ajustes disponíveis: um mais solto, para cidades, e outro para velocidades altas. Nota 8.

Consumo – O Programa Brasileiro de Etiquetagem do InMetro avaliou o Bravo 1.8 com câmbio automatizado e registrou médias de 6,5/9,1 km/l com etanol/gasolina em perímetro urbano e 7,6/10,8 km/l em trânsito rodoviário. As notas dadas foram “E” dentro do segmento e “C” no geral. Já o índice energético ficou em elevados 2,22 MJ/km. Nota 5. Conforto – O Bravo oferece bom espaço para os ocupantes frontais, com bancos aconchegantes. Atrás, os ocupantes dependem um pouco da boa vontade dos passageiros da frente, mas não há grandes apertos. O acerto suspensivo mais firme cobra seu preço, com pancadas secas como resposta aos desníveis das ruas brasileiras. Nota 7. Tecnologia – A lista de equipamentos de série do Bravo Blackmotion conta com direção elétrica com dois modos de seleção, piloto automático, rodas de liga leve de 17 polegadas, ar-condicionado de duas zonas com saída traseira, sensor de estacionamento traseiro e sistema de entretenimento com GPS. A lista de opcionais ainda contempla câmbio automatizado com trocas manuais no volante, sensor de estacionamento dianteiro, câmara de ré, sensor de chuva e crepuscular, airbags de joelho, cortina e laterais e teto solar. Nota 8.

Habitabilidade – Há poucos espaços de fácil acesso para guardar objetos como carteira, celulares e chaves. O porta-malas recebe bons 400 litros. Entrar e sair do modelo na parte da frente é bem fácil, mas o caimento do teto prejudica os ocupantes mais altos na parte traseira. Nota 7. Acabamento – Os materiais são todos aparentemente de boa qualidade, com encaixes bem feitos. O couro aparece no revestimento dos bancos, volante e alavanca dos freios de mão. Cromados e alguns detalhes em prata surgem de forma comedida, sem exageros. A atmosfera é de bastante sobriedade. Nota 8. Design – O Bravo não mudou muito em seu recente face-lift, lançado em fevereiro último. O que não é um problema. Trata-se de um hatch médio que preza pela elegância, combinada em doses discretas de esportividade. Rodas de liga de 17 polegadas, faróis escurecidos, minissaias laterais, ponteiras duplas de escapamento cromadas, entradas de ar, retrovisores, barras frontais e spoilers com acabamento em preto reforçam essa mistura. Nota 8.
Custo/benefício – O Fiat Bravo Blackmotion custa iniciais R$ 70.300. A unidade avaliada conta com os opcionais airbags de cortina, laterais e joelho para motorista, câmara de ré, rebatimento elétrico dos retrovisores externos, retrovisor interno eletrocrômico, sensores crepuscular, de chuva e de estacionamento dianteiro, som Hi-fi com Subwoofer e câmbio automatizado, com preço de R$ 81.001. Um Volkswagen Golf equipado à altura chega a R$ 90.190, mas já com chave presencial, controles de tração e estabilidade e motor turbo 1.4 litro de 140 cv. Um Peugeot 308 Griffe THP de 165 cv com controles de estabilidade e tração parte de R$ 80.490. Um Chevrolet Cruze Sport6 LTZ começa em R$ 89.750, enquanto um Ford Focus 1.6 de 135 cv mais bem equipado e com câmbio automatizado de dupla embreagem e seis velocidades parte de R$ 78.900. Nota 5. Total – O Fiat Bravo Blackmotion somou 71 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

A versão Blackmotion se tornou a grande novidade da linha 2016 do Fiat Bravo. Mas já tinha sido vendida, em edição especial, anteriormente. Isso serve para deixar claro que, na verdade, poucas foram as novidades inseridas no hatch médio recentemente. Mas esse nem chega a ser um grande problema para o carro. Seu design é equilibrado, sóbrio e elegante. Ao mesmo tempo, consegue esboçar certa imagem de esportividade com o caimento da coluna traseira e um ou outro adereço herdado da versão turbinada T-Jet.  Já o motor 1.8 16V não se aproxima em nada do desempenho do 1.4 litro raivoso oferecido pela Fiat. O propulsor de 132 cv com etanol no tanque até confere agilidade ao carro, mas seu entrosamento com a transmissão automatizada decepciona por se tratar de um carro que custa mais de R$ 80 mil – caso da unidade avaliada, com alguns opcionais. O câmbio efetua as trocas em rotações altas e elas são comumente acompanhadas de incômodos “soluços”. Utilizar o modo manual ameniza o problema, a partir das aletas localizadas atrás do volante. Com o controle das trocas literalmente na mão, é bem mais instigante o passeio.

Ficha técnica

Fiat Bravo Blackmotion 2016

Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.747 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré ou opcional automatizado de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 130 cv com gasolina e 132 cv com etanol a 5.250 rpm.
Torque máximo: 18,4 kgfm com gasolina e 18,9 kgfm com etanol a 4.500 rpm.
Diâmetro e curso: 80,5 mm X 85,8 mm.
Taxa de compressão: 11,2:1.
Velocidade máxima: 193 km/h.    
Aceleração 0-100 km/h: 9,9 segundos. 
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson com rodas independentes, braços oscilantes e barra estabilizadora. Traseira do tipo eixo de torção, com rodas semi-independentes e barra estabilizadora. 
Pneus: 215/45 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,37 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,49 m de altura e 2,60 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.
Peso: 1.411 kg.
Capacidade do porta-malas: 400 litros.
Tanque de combustível: 58 litros.
Produção: Betim, Minas Gerais.
Lançamento na Europa: 2007.
Lançamento no Brasil: 2010.
Itens de série: airbag duplo, alarme, alertas de limite de velocidade e de manutenção programada, apoia-braço central no banco do motorista com vão refrigerado, ar-condicionado dual zone com saída de ar para o banco traseiro, banco do motorista e volante com regulagem de altura, banco traseiro bipartido com apoia-braço central e porta-copos, brake light, chave canivete com telecomando para abertura das portas, vidros e porta-malas, comando elétrico de abertura da tampa do tanque de combustível, computador de bordo A e B, direção elétrica, faróis de neblina, piloto automático, retrovisores externos, vidros e travas elétricos, rodas de liga leve de 17 polegadas, sistema de entretenimento com tela sensível ao toque, comandos de voz, Bluetooth, câmara de ré, audio streaming, entrada auxiliar, USB, MP3, rádio e GPS, volante em couro multifuncional com ajuste de profundidade, bancos revestidos parcialmente em couro com bordado Blackmotion, faixas laterais e soleiras personalizadas, sensor de estacionamento traseiro, spoiler na tampa traseira. 
Preço: 70.300. 
Opcionais: câmbio automatizado de cinco velocidades com trocas manuais no volante, rebatimento elétrico dos retrovisores externos, sensor de estacionamento dianteiro, som Hi-fi com subwoofer, sensor de chuva e crepuscular, retrovisor interno eletrocrômico e airbags de joelho, cortina e laterais. 
Preço com os opcionais da versão testada: R$ 81.001.

Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Isabel Almeida/Carta Z Notícias

Sem atitudes extremas - Fiat Bravo Blackmotion aposta em elegância discreta e estética levemente esportiva

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 03 Jun 2015 09:20:00

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