8 de abr. de 2015

Lançamento do Peugeot 2008

Lançamento do Peugeot 2008

A chegada do 2008 serve como um marco para a Peugeot no Brasil. Ele é o primeiro veículo nacional da montadora francesa a seguir a nova diretriz do Grupo PSA, em que a marca se mantém atuando em amplo espectro, mas sempre com sofisticação e tecnologia. O crossover fabricado em Porto Real, no Sul do Rio de Janeiro, está muito bem sintonizado com esse perfil. A Peugeot está otimista com seu novo modelo. Tanto que nem considera negativo o fato de ter chegado com seu produto ao mercado depois de Jeep e de Honda. Encara como uma chance de se posicionar melhor em relação ao preço. O 2008 chega em maio ao mercado entre R$ 67 mil e R$ 80 mil, valores ligeiramente mais baixos que o dos rivais e que ficam mais interessantes ao confrontar a lista de equipamentos de cada modelo.

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Mas esta “vantagem” não faz a Peugeot sonhar muito alto. Afinal, atualmente o crossovers estão no foco de todas as marcas do mesmo jeito que em um passado recente estavam os sedãs médios – os preços nos dois segmentos, inclusive, são bem semelhantes e é bem provável que seja sobre o mercado de sedãs médios que os crossovers compactos avancem. A projeção da marca é que, daqui em diante, de cada três vendas que conclua, uma seja de um 2008. No final das contas, isso dá uma média de 1.200 unidades mensais. Bem menos que Renegade, HR-V e que os veteranos Ford EcoSport e Renault Duster, que querem se manter acima das 4 mil vendas por mês. Um dos motivos dessa modéstia é a proposta de redimensionamento da Peugeot no mercado brasileiro. A fabricante quer manter um contingente de apenas 120 concessionários no país e caprichar na imagem de refinamento, tanto nas formas como nos conteúdos. Nisso, o novo crossover da marca deve contribuir bastante. O habitáculo utiliza a mesma lógica do hatch 208, com os instrumentos e a tela do sistema multimídia no alto para que fiquem na altura dos olhos do motorista. Os materiais utilizados no interior também transmitem a ideia de requinte, com revestimento em couro nos bancos, volante e câmbio, alumínio e cromados aplicados às molduras e black piano no tablier. Não haverá um 2008 “pelado”. Pelo menos nesse início de comercialização. A gama já começa com a versão intermediária Allure, que vem com motor 1.6 16V de 122 cv e pode ser gerenciado por um câmbio manual de cinco ou automático de quatro marchas. Esta versão vem com airbags frontais e laterais, central multimídia com GPS integrado e tela de 7 polegadas, paddle shift na versão automática, sensor de obstáculos traseiro e ar-condicionado automático com duas zonas de temperatura, além de itens básicos no segmento, como trio elétrico, direção assistida e faróis de neblina.

Na sequência vem a Griffe, também como motor 1.6 16V e com versões mecânica e automática. Por fora, acrescenta detalhes como frisos nas janelas e cobertura em plástico brilhante na coluna central. Por dentro, recebe airbag de cortina, sensor de obstáculos dianteiro, sensor de chuva e de luminosidade, teto panorâmico e bancos parcialmente em couro. Já a Griffe THP adiciona os recursos mais tecnológicos, como controle de estabilidade e tração, o Grip Control, assistência de partida em ladeira, faróis de neblina com iluminação lateral nas curvas e carcaça dos retrovisores externos cromados. Isso, claro, além do motor de 173 cv gerenciado por um câmbio mecânico de seis marchas. Nem mesmo na França o 2008 recebe uma motorização tão forte. É nessa versão que a Peugeot aposta para consolidar a imagem encomendada pela matriz de sofisticação e tecnologia. No caso do Brasil, com uma pitada de exclusividade.

Ponto a ponto

Desempenho – A Peugeot designou seus dois motores 1.6 para empurrar o 2008. O primeiro é o 1.6 16V de 122 cv, que também empurra as versões de topo do hatch 208. Ele apenas dá conta dos quase 1.200 kg do crossover e oferece um comportamento correto. O outro é o THP flex, disponível apenas na versão Griffe, que gera 173 cv e dá uma personalidade bem esportiva ao modelo francês. A aceleração de zero a 100 km/h em pouco mais de 8 segundos dá bem a dimensão disso. O turbo mantém o torque no ponto máximo entre 1.750 e 4 mil giros e dá enorme agilidade em acelerações e retomadas e o câmbio de seis marchas permite explorar bem o motor. Nota 9. Estabilidade –  Apesar de ser alto, com 20 cm de distância livre do solo, o 2008 tem uma suspensão bem acertada e uma boa rigidez estrutural. O resultado é que enfrenta curvas e buracos com a mesma competência. Ele praticamente não aderna nas curvas e não exige correções de trajetória nas retas. Na distribuição dos recursos tecnológicos, no entanto, sistemas como controle de estabilidade e o controle de aderência, o Grip Control, que limita o escorregamento do diferencial, só estão disponíveis na versão Griffe THP. Nota 8.

Interatividade –  O 2008 segue a nova lógica de ergonomia da marca com o chamado i-cockpit. O conceito é elevar os instrumentos para que fique sempre na linha de visão do motorista e sejam olhados por cima do volante, que tem diâmetro reduzido. A tela “touch” de 7 polegadas,de série em todas as versões, fica também em posição elevada e facilita o acesso aos recursos de mídia, telefone ou GPS. Os bancos têm abas ressaltadas, que acomodam e seguram bem o corpo. O sensor de obstáculo na traseira também é de série. Nota 8. Consumo – As versões com câmbio mecânico receberam nota A no Programa Brasileiro de Etiquetagem do InMetro e os de câmbio automático, B dentro da categoria de SUVs compactos. No geral, ficou com classificação C. Não é beberrão, mas não impressiona pela economia. Nota 7.

Conforto – A suspensão firme do 2008 não chega a roubar conforto dos passageiros. Os bancos são bastante ergonômicos e há muito espaço para pernas e cabeça. Na largura, porém, a estrutura de modelo compacto se faz sentir. As alças das portas dianteiras, muito projetadas, acabam incomodando um pouco em trajetos mais longos. O ambiente é requintado, ainda mais com a presença do teto solar panorâmico. O isolamento acústico é eficiente em relação ao motor e ao vento, mas os pneus de uso misto produzem muito barulho de rodagem. Nota 8. Tecnologia – A Peugeot quer imprimir uma ideia de marca tecnológica e sofisticada, mas peca em deixar recursos, como controle de estabilidade, controle de aderência e assistente de arrancadas em subidas apenas para a verão Griffe THP. Já o sistema multimídia vem completo de fábrica, com GPS. De série, são quatro airbags – os de cortina, apenas no THP. Nota 7.
Habitabilidade – A altura levemente ampliada do modelo facilita bastante o acesso ao interior, que por sua vez é bem espaçoso. A não ser pelo porta-malas, que é apenas correto em condições normais, com 355 litros – até o teto e com a fileira traseira rebatida, acolhe quase 1.200 litros. Em torno dos passageiros e motorista, há um bom número de nichos e porta-trecos, como à frente da alavanca de câmbio, sob o console central e na base das portas. Ali é possível abrigar adequadamente objetos de uso cotidiano, como celular, óculos, envelopes, etc. A versão brasileira perdeu a luz em led azul que percorre a borda do teto panorâmico da versão francesa. Nota 8. Acabamento – O acabamento segue a tradição de alto nível dos modelos Peugeot, com mistura de materiais de qualidade com extremo bom gosto. Os bancos são revestidos em couro bicolor e o ambiente é valorizado por detalhes em alumínio, em cromado e molduras em preto brilhoso no monitor e nos instrumentos. Tudo com um refinamento dificilmente encontrado em um compacto, mesmo de marcas premium. Nota 10.
Design – O desenho do 2008 faz a referência a olhos de felino apertados nos faróis a garras nas lanternas traseiras. A dianteira traz uma grade cromada, um tanto pequena para o tamanho do modelo. Os vincos bem marcados no capô e na linha de cintura dão um tom de robustez enquanto os volumes suavemente arredondados nas demais áreas dão uma impressão de musculatura. O para-choque da versão brasileira foi alterado para melhorar o ângulo de ataque e de saída, mas não afetou o design do carro. Nota 8. Custo/benefício – A Peugeot aposta no custo/benefício do 2008 para vencer a comparação com os rivais, mas apesar do bom nível de equipamento do crossover, os preços são pouco convidativos. Começam em R$ 67 mil, se a cor for a vermelha, mais barata, e bate nos R$ 80 mil na Griffe THP. Não foge da média de preço dos novos crossovers compactos, como Honda HR-V e Jeep Renegade. Nota 7. Total – O Peugeot 2008 somou 80 pontos em 100 possíveis.

Primeiras impressões

Esporte fino

Santo André/Bahia – A lógica de elevar os instrumentos encontrou no 2008 um lugar privilegiado. A altura elevada do crossover permitiu que os instrumentos ficassem menos espremidos entre o volante e a linha de visão do para-brisa. O volante ligeiramente menor que o habitual reforça a vocação esportiva – confirmada pelo forte motor THP da versão de topo. E a estabilidade do modelo até se mostra capaz de sustentar uma certa agressividade. Não é à toa que, nessa versão, as salva-guardas eletrônicas, como controle de estabilidade e de tração, estão obrigatoriamente presentes. O propulsor THP oferece acelerações uniformes, progressivas e vigorosas. E o câmbio de seis marchas, muito bem escalonado, ajuda nesse desempenho. Apesar de o torque máximo se manter entre 1.750 e 4 mil giros, o 2008 só fica aceso mesmo em giros mais altos. Ou seja: é preciso manipular ostensivamente o câmbio para tirá-lo da “zona de conforto”, para usar uma expressão da moda. No entanto, mesmo numa condução mais civilizada, o crossover é agradável, inclusive para os demais ocupantes que não estão no comando. A vida a bordo no 2008 está, de fato, em um padrão mais elevado. O nível de acabamento é superior até ao de modelos compactos de marcas premium. O teto elevado oferece um espaço interno generoso para pernas e cabeça. Os recursos da central multimídia são bem completos e ainda tem o recurso do aplicativo “Link My Peugeot”, que transfere dados do computador de bordo e do GPS para um smartphone. Tudo isso ajuda a tornar a relação como o 2008 bastante lúdica.

Ficha técnica

Peugeot 2008

Motor 1.6: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, quatro cilindros em linha, comando simples no cabeçote, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas na admissão. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Potência máxima: 122 cv a 5.800 rpm e 115 cv a 6 mil rpm com etanol e gasolina.
Torque máximo: 16,4 kgfm e 15,5 kgfm a 4 mil rpm com etanol e gasolina.
Transmissão: Manual de cinco ou automática de quatro velocidades a frente e uma a ré. Tração dianteira.
Aceleração 0-100 km/h: 10,2 segundos e 11,4 s com etanol e gasolina (11,9 segundos e 13,2 s com câmbio automático).
Velocidade máxima: 190 km/h e 183 km/h com etanol e gasolina (177 km/h e 171 km/h com câmbio automático)
Diâmetro e curso: 78,5 mm X 82 mm.
Taxa de compressão: 12,5:1 Motor 1.6 THP: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, turbo com intercooler, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro. Comando duplo de válvulas no cabeçote com sistema de variação de abertura na admissão e escape. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Potência máxima: 173 cv com etanol e 166 cv com gasolina a 6 mil rpm.
Torque máximo: 24,5 kgfm com gasolina/etanol a 1.750 rpm.
Transmissão: Manual de seis marchas a frente e uma a ré. Tração dianteira.
Aceleração 0-100 km/h: 8,1 segundos com etanol e 8,3 s com gasolina.
Velocidade máxima: 209 km/h e 206 km/h com gasolina e etanol.
Diâmetro e curso: 77 mm x 85,8 mm.
Taxa de compressão: 10,2:1.
Suspensão: Dianteira tipo pseudo McPherson, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos pressurizados a gás e barra estabilizadora. Traseira com travessa deformável, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos pressurizados a gás e barra estabilizadora.
Pneus: 205/60 R16.
Freios: A disco nas quatro rodas com ABS e EBD.
Carroceria: SUV em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,16 metros de comprimento, 1,74 m de largura, 1,58 m de altura e 2,54 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais e laterais de série.
Peso - Allure: 1.183 kg.
Peso - Allure AT: 1.215 kg.
Peso - Griffe: 1.205 kg.
Peso - Griffe AT: 1.236 kg.
Peso - Griffe THP: 1.231 kg.
Capacidade do porta-malas: 355 litros.
Tanque de combustível: 55 litros.
Produção: Porto Real, Brasil.
Lançamento mundial: 2013.
Lançamento no Brasil: 2015.

Itens de série e Preços

Allure: moldura Alu Shadow nos faróis de neblina, retrovisores na cor da carroceria, acabamento preto fosco nas molduras dos vidros, rodas de liga leve de 16 polegadas, lanternas traseiras com guias de luz em led, acabamento cromado nas laterais, barras de teto prateadas Alu Shadow, aerofólio cor da carroceria com detalhes cromado, grade dianteira cromada, painel de instrumentos com matriz LCD e ponteiros vermelhos, detalhes cromados no acabamento da central multimídia e nas saídas de ar, painel com faixa na cor Chardonnay, maçanetas internas cromadas, airbags dianteiros e laterais, faróis elípticos com luz diurna de led, lanternas indicadoras de direção nos retrovisores, faróis de neblina dianteiros, lanterna traseira de neblina, cintos de segurança traseiros de 3 pontos para todos os passageiros, dois apoios de cabeça traseiros com regulagem de altura, travamento automático das portas e do porta-malas em velocidade, ar-condicionado automático digital dual zone com três modos de operação, volante multifuncional de diâmetro reduzido e revestido em couro com regulagem de altura e profundidade, banco traseiro inteiriço rebatível, vidros elétricos nas portas dianteiras, vidro elétrico sequencial e anti-esmagamento para o motorista, vidros elétricos nas portas traseiras, retrovisores externos com comandos elétricos, iluminação no porta-malas e porta-luvas, porta-luvas refrigerado, dois porta-copos no console, porta-objetos nas portas dianteiras com suporte para garrafa de 1,5 litros, espelho no para-sol para motorista e passageiro, central multimídia com tela touchscreen colorida de 7 polegadas integrada ao painel com navegação GPS, rádio, CD Player, Bluetooth, entradas USB e AUX, 4 alto-falantes e dois tweeters, sensores de estacionamento traseiros, piloto automático, computador de bordo com 3 modos de operação e indicação de manutenção, chave tipo canivete com comandos de abertura das portas e função "lead me to the car", função "Follow me home" (faróis acesos por um tempo determinado ao se afastar do carro), alerta sonoro de faróis acesos, limpador do vidro traseiro indexado à marcha ré, alarme perimétrico e volumétrico, freio à mão tipo aviação e pneus ecológicos com baixo coeficiente de atrito.
Preço: R$ 67.190.
Allure AT: adiciona a transmissão automática de quatro marchas com paddle-shifts no volante.
Preço: R$ 70.890.
Griffe: itens Allure + acabamento preto brilhante nas molduras dos vidros, frisos cromados entorno dos vidros laterais, rodas de liga leve de 16 polegadas diamantadas, painel de instrumentos com matriz LCD e ponteiros brancos, painel com faixa na cor Criollium, airbags de cortina, três apoios de cabeça traseiros com regulagem de altura, teto solar panorâmico, bancos esportivos revestidos em couro/tecido, banco traseiro bipartido rebatível, sensor crepuscular e de chuva e sensores de estacionamento dianteiros. 
Preço: R$ 71.290.
Griffe AT: adiciona a transmissão automática de quatro marchas com paddle-shifts no volante.
Preço: R$ 74.990.
Griffe THP: itens Allure e Griffe + moldura cromada nos faróis de neblina, controles eletrônicos de tração e estabilidade, hill assist, faróis de neblina com sistema cornering, retrovisores cromados e pedaleiras esportivas em alumínio.
Preço: R$ 79.590.
Crossover de fino trato - Peugeot aposta no custo/benefício para emplacar o refinado 2008

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 08 Apr 2015 08:00:00

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